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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Artesãs sapeenses criam peças inspiradas na obra de Augusto dos Anjos

As peças estão sendo expostas em João Pessoa pela primeira vez, no 15° Salão do Artesanato Paraibano


Grupo de Cerâmica 'Mulheres de Augusto'

Retirar o barro da natureza, amassar e transformá-lo em arte. Há pouco mais de um ano, mulheres do Assentamento Santa Helena, no município de Sapé, aprenderam a criar produtos artesanais de cerâmica. Mais do que exercer um ofício, elas plantaram a semente do empreendedorismo, criando a associação "Mulheres de Augusto" e complementando a renda familiar. Suas peças retratam a história de um dos maiores poetas brasileiros, o paraibano Augusto dos Anjos.

As obras estão sendo expostas em João Pessoa pela primeira vez, no 15° Salão do Artesanato Paraibano, até o próximo domingo (22). As peças em cerâmica retratam pessoas, animais típicos da região e réplicas de prédios históricos relacionados à trajetória de Augusto dos Anjos, como o antigo engenho da fazenda Pau D'Arco, onde ele nasceu e viveu. A casa da ama de leite do poeta e a capela na qual ele foi batizado são as peças mais vendidas. Os trabalhos das "Mulheres de Augusto" ficam expostos e são vendidos permanentemente no Centro Cultural do assentamento, ao lado do Memorial Augusto dos Anjos.

A história dessas 12 artesãs começou a mudar no ano passado, quando iniciaram o curso de cerâmica, ministrado pelo artista plástico Chico Ferreira, por meio do Sebrae na Paraíba e com apoio da prefeitura de Sapé. "Foi muito interessante ensinar o artesanato a mulheres agricultoras e, ao mesmo tempo, mostrar para elas a importância de Augusto dos Anjos na nossa história", afirma Chico.

Gratificante

De acordo com a gestora do projeto Observatório Cultural do Sebrae, Maísa Duarte de Melo, a ideia de trabalhar com o artesanato de barro surgiu das próprias mulheres do assentamento. "Foi muito importante ensinar um trabalho com o qual elas se identificassem, já que fazem réplicas da vila onde vivem", diz Maísa.

Para Luana Patrícia da Silva, 22 anos, o novo ofício é gratificante. Agora, além de trabalhar como ajudante de ensino na escola do assentamento, ela põe a mão na massa para produzir as peças da associação. "Sempre tive vontade de fazer artesanato com barro. Quando soube do curso, logo me inscrevi e adorei. Já posso até ganhar dinheiro com o que aprendi", prevê Luana.

*Por Luciana Oliveira, Agência Sebrae


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